Um pouco apreensiva, ou melhor, o coração aos pulos, quase saindo pela garganta, eu caminhava pela rua reta. As casas ainda dormiam. Era manhã de domingo. Enquanto eu me dirigia ao meu destino, olhava tudo à minha volta e percebia que nada mudara. Os anos que passei longe pareciam não ter passado por ali.
Um sol fraco tingia de vermelho o horizonte, que queria amanhecer. Coloquei no chão minha valise, e fiquei contemplando aquela cena, mas na verdade, estava apenas tentando ganhar coragem.
Quando eu fui embora, saí pisando duro e batendo a porta. Não me importei com as súplicas de quem me pedia para ficar: "O mundo lá fora pode te despedaçar... aqui, estarás segura! Fique, pois esta é a tua casa."
Mas o horizonte gritava aventuras.
Saí, e não olhei para trás. Mas pude vislumbrar, em meu pensamento, a figura de pé à porta, olhos presos às minhas costas até que eu desapareci na curva do caminho.
E agora, anos mais tarde, aqui estou novamente.
Respiro fundo, e pego minha valise. Caminho mais um pouco. Pássaros cantam, e algumas janelas já começam a se abrir.
Paro em frente a casa que deixei há tanto tempo. Sobre o peitoril da janela, os três vasinhos de violeta carregados de flores. Sempre deixávamos a chave sob um dos vasinhos, caso um de nós chegasse mais cedo ou mais tarde. Poderíamos ter feito uma cópia da chave, mas isso teria tirado a emoção de procurar por ela. Era um jogo que gostávamos de jogar.
Levanto o primeiro vaso.
Levanto o segundo vaso.
Levanto o terceiro vaso...
Feliz dia do amigo beijo Lisette.
ResponderExcluirOlá amiga Ana
ResponderExcluirUm conto muito legal de se ler e ainda com um suspense gostoso, despertando em mim ( um cara nada curioso ) rsrs
saber qual foi o destino da chave
Abraços.
Trocyn Bão - Thiago
Os hábitos antigos acompanham as lembranças, na distância e no retorno. Um antigo jogo não é esquecido. E a chave, certamente, estava lá. Bjs.
ResponderExcluirNOSSAAAAAA, E AII?
ResponderExcluirCADE A CONTINUAÇÃOOO??
CURIOSA A MIL.
BJS PATTY.