terça-feira, 6 de dezembro de 2016

MINHA VIDA, SUA VIDA – CAPÍTULO VI





Karen entregou o apartamento e pediu demissão. Então, percebeu que tudo o que ela possuía cabia em uma mala pequena, que ela carregou junto com ela para a sua nova morada: a casa de Mafalda. Foi recebida com muito entusiasmo pela sua nova patroa, que mostrou-lhe o quarto onde ficaria – uma suíte maravilhosa, com uma sacada esplêndida que oferecia vista para as montanhas ao longe e para um dos canteiros mais floridos do jardim. Ao ver que Karen tinha emudecido, Mafalda ainda perguntou:

-Não gostou do quarto? Pode escolher outro, se quiser.

Karen voltou a si, dizendo:

-Não, está maravilhoso, é o quarto mais lindo do mundo! Obrigada!

-Então, vá se ajeitando. Quer que eu mande alguém para ajuda-la a guardar suas coisas?

-Não, obrigada. Não tenho muito o que guardar.

-Sabe, eu sou adepta da beleza. Não gosto nada dessas cores monótonas que você usa, e quero que saia para fazer umas compras, compre coisas bonitas. Vou adiantar-lhe o salário. By the way... nem combinamos quanto você vai ganhar. 

Dizendo aquilo, Mafalda saiu do quarto, piscando um olho, e voltou logo em seguida segurando um cheque:

-Este valor está bom? Se não estiver, podemos conversar. 

Ao olhar o valor estipulado no cheque, Karen quase caiu para trás: era o equivalente a seis meses do seu antigo salário!

-Mas... isto é muito! Não precisa me pagar tanto!

-Eu sei que não preciso, mas na minha casa, todo mundo ganha bem. E você é uma artista, e deve ser paga como tal. 

Karen agradeceu, e percebeu que uma sombra furtiva passou pelo corredor. Colocando a cabeça para fora, ainda pôde ver Edith descendo as escadas. Pensou se ela poderia estar escutando a conversa delas atrás da porta entreaberta, mas logo tirou aquela ideia da cabeça. Pela primeira vez na vida, estava sendo bem recebida e alguém demonstrava gostar dela e reconhecer seu talento. Não queria estragar tudo com suspeitas tolas. 

Naquela tarde, ela sal e fez compras, como Mafalda pedira. Quando chegou em casa, o jantar estava sendo servido. Preparou-se para ir comer na cozinha, mas Mafalda chamou-a:

-Você se sentará conosco. Não é uma empregada aqui, lembre-se sempre disso. 
O jantar correu de forma descontraída. Edith era um anjo para ela, sorrindo e tratando-a sempre muito bem. Karen nunca tinha se sentido tão feliz, sabendo que sua vida ia mudar de verdade, e tendo esperança no futuro e sonhos para sonhar. Gostava muito de Mafalda, e sentia que a moça gostava dela também. Notou os olhares da copeira ao perceber o quanto ambas eram parecidas fisicamente, e achou graça que causassem aquela impressão. 

Elas falaram sobre livros e filmes. Gostavam dos mesmos estilos. Edith percebia o quanto sua menina estava entusiasmada pela nova amiga e dama de companhia, e se perguntava quanto tempo aquilo iria durar. Sentia pela pobre moça, e achava que ela não esquentaria lugar naquela casa, como as outras que tinham vindo antes dela.

Após o jantar, Nono chegou à mansão, e segurando Karen pela mão, ela foi apresentar ao avô a sua nova dama de companhia. Nono quase caiu para trás ao olhar para Karen. Arregalou os olhos, e murmurou alguma coisa que ela não conseguiu ouvir. Mafalda observou:

-Não é incrível o quanto nós duas somos parecidas, Nono?

Ele concordou com a cabeça:

-Certamente que é! Mas... fale-me de você, Karen. Quem são seus pais?

-Ela explicou a ele a resumida história de sua vida, e Nono escutou-a com muita atenção. Quando ela terminou, ele pediu licença e foi ter com Edith. Ambos subiram para o quarto, e chegando lá, Nono sentou-se na cama, coçando o bigode. Edith, ao vê-lo tão preocupado, perguntou:

-O que houve, meu querido? Por que parece tão angustiado?

Ele bateu na cama ao lado dele, e ela sentou-se, passando o braço por sobre o ombro de Nono. 

-Esta moça... é tão parecida com minhas netas... chega a ser incrível. 

-Também acho. Parecem até irmãs!

Ela notou que ele estremeceu de leve ao ouvir aquilo, e para tranquilizá-lo, disse:

-Não, é bobagem minha. Imagine só, é apenas coincidência.

 Ele acariciou-a no rosto. Ia abraça-la, quando Edith perguntou, o rosto pálido:

-Você  está me escondendo alguma coisa... o que é?

Nono coçou a cabeça:

-Na verdade, há uma possibilidade, mas muito pequena... não. Deixe para lá, é absurdo. Vamos nos amar, pois foi para isso que eu vim. Tenho que chegar cedo em casa hoje, Célia vai dar um coquetel. 

Enquanto isso, na sala, Karen e Mafalda conversavam. 

- Mafalda... você já pensou em sair um pouco?

Mafalda negou com a cabeça, e olhou para fora. O jardim estava iluminado, e um chafariz jorrava. Pensou no quanto gostaria de sair correndo por aquele jardim novamente, como fazia com Bella quando eram crianças. Olhando para Karen, ela disse:

-Não consigo. Meu terapeuta disse que não devo forçar nada, poderia ser pior. Apenas quando eu estiver me sentindo melhor.

-Mas você está aqui há dez anos, e sua juventude está passando!

-Eu sei.

Karen entristeceu-se ao ouvir o tom de voz magoado de Mafalda. Caminhou até ela:

-Não gostaria de tentar? Comigo? Eu seguraria sua mão. Faríamos tudo bem devagar.

Enquanto falava, Karen sentiu que a mão de Mafalda ia ficando fria. Mafalda olhou para ela com o olhar suplicante, e pediu:

-Por favor, vamos falar de outra coisa. Leia-me um de seus poemas.

-Mas você já conhece todos!

-Mesmo assim. Leia-me um. Sempre quis escutar um deles sendo recitado por você. 

Karen pensou um pouco, e olhando em seu blog, escolheu o seguinte poema, lendo-o bem devagar e deixando que sua voz emprestasse emoção às palavras:

Vamos Lá Para Fora



Vamos lá para fora, onde um vento forte sopra
Fazendo redemoinhos nas nuvens cinzas de glacê.
As folhas caem secas, caem tontas, silenciosas,
E rolam sobre a grama, abrindo mão do viver...

Sentemo-nos no chão, e observemos o que passa
Diante do olhar, sem julgamentos, sem trapaças,
Deixemos que o vento nos desvende seus segredos,
Fechemos bem os olhos, para que possamos ver...

Vamos lá para fora, onde um fraco sol perpassa
Com languidez, as nuvens, dando o ar de sua graça
E então, recolhe os raios, respeitando o tom de cinza
Ensinando que há tempo para tudo nessa vida!

Deixemos que o tempo e o destino se encontrem,
Sem nossa interferência, num momento só de paz...
Sintamos que nós vamos na balada desse vento,
Que somos como as folhas: breve pó do Nunca Mais!

Quando ela terminou de lê-lo, viu que Mafalda chorava silenciosamente. Sem saber como agir, tentou uma carícia tímida nos cabelos da moça, mas ela afastou-se, e subiu as escadas correndo. Karen pode ouvir a porta do quarto batendo. 

Ela mesma decidiu ir para o seu quarto, lamentando pela sua própria insensibilidade. Edith a avisara sobre a volubilidade de Mafalda, e Karen teve certeza de que seria demitida na manhã seguinte. Passou a noite quase toda em claro, pensando no que faria quando fosse mandada embora para longe.
Mas ela não viu Mafalda no dia seguinte, e nem no outro. Edith disse para que ela não se preocupasse, pois Mafalda estava passando por uma de suas crises esporádicas. Karen não contou a ela sobre o poema que tinha lido, pois envergonhava-se de ter sido ela a causa daquela crise. 

Finalmente, no terceiro dia Karen cruzou com um senhor distinto no corredor. 

Ela a cumprimentou com um aceno de cabeça, e entrou no quarto de Mafalda. Edith estava passando naquel momento, e então Karen perguntou-lhe: 

-Quem é ele, Edith?

-O terapeuta de Mafalda, Karen. Ele vem de vez em quando. Tem sessões aqui em casa. 

Quando ele saiu, Mafalda mandou chamá-la ao quarto. Karen subiu os degraus bem devagar, mentalmente se despedindo dos poucos dias confortáveis e maravilhosos que passara naquela casa. Bateu à porta, e entrou. Encontrou Mafalda sentada em sua poltrona, ao lado da cama. Quando ela entrou, Mafalda fez sinal para que se aproximasse, e sorriu. Karen notou o quanto ela estava ainda mais pálida. Sem erguer-se, Mafalda segurou a mão de Karen brevemente, antes de dizer:

-Quero pedir desculpas... 

Imediatamente, Karen interrompeu-a:

-Oh, não! Sou eu quem lhe devo desculpas, Mafalda. Eu não tinha o direito. Nem sei lidar com seu problema, imagine, como posso querer saber mais do que o seu terapeuta? Vou entender se me mandar embora.

-Não, você não entende... você foi a única pessoa, nesses anos todos, que tentou me levar lá fora.

Aquela confissão deixou Karen pasma:

-Como? Edith... Nono... eles nunca?...

-Não. Para Nono, é bom que eu esteja aqui; assim, ele tem uma desculpa para vir visitar Edith. E ao mesmo tempo, ele administra os negócios sem a minha interferência. E para Edith, enquanto eu estiver nesse estado, significa que ela poderá morar nesta casa, e não no antigo apartamento que Nono emprestou para ela. Ela vive dizendo o quanto ele era pesado e escuro, e o quanto os vizinhos a olhavam com ar de superioridade. Todos pareciam saber o que ela estava fazendo ali. e ela morria de medo de que vó Célia entraria a qualquer momento e a colocaria para fora.

-Ora, e por que Nono não comprou outro apartamento para ela?

-Porque ele não teria como justificar o gasto para a vó Célia. Ela mantém todas as despesas ‘na unha’, se é que você me entende. Na verdade, a maior parte da fortuna é dela. Por isso ele não pede o divórcio. Mas pegar dinheiro dizendo que é para as minhas despesas é bem fácil para ele. Sabe, meu avô não é exatamente um anjo. Mas eu gosto dele assim mesmo. 

Karen pensou um pouco, e disse:

-Mas... então eles querem que você fique presa em casa pelo resto da vida, é isso mesmo? 

-Só pode ser.

-Mas você não tem certeza...

-Não. Mas não nasci ontem. E nem sei se eles percebem o que estão fazendo. 

-Eu acho que... estou há pouco tempo nesta casa, mas pelo que vejo, a Edith gosta realmente de você.

-Edith gosta desta casa, da vida que ela tem aqui, e do meu avô. Ela faria qualquer coisa para permanecer aqui, e por isso, me paparica tanto. Eu penso que ela tem um pouco de medo de mim, às vezes. Medo de que eu peça para ela sair. 

Karen sentiu-se surpresa com o sarcasmo de Mafalda.

-Sabe, pelo menos você tem uma família. Eu nunca tive ninguém.

-E o que será pior? Não ter uma família ou ter uma família que a ignora, que não se importa com você?

-Mas você teve seus pais, uma irmã. Eu, nem isso.

E com certeza, seus pais amavam você. Você tem um nome, sabe de onde veio. Meu passado é uma incógnita total. 

Antes de continuar a falar, Mafalda foi até a cômoda do quarto. Abrindo uma gaveta, pegou um álbum de fotografias e começou a mostra-lo para Karen. Ambas estavam sentadas na cama de Mafalda.

-Veja: esta é minha irmã Bella. Éramos gêmeas. Ela foi a única pessoa que já me amou nesta vida.

Karen sentiu um nó na garganta ao ver fotos de Mafalda e Bella na infância, pois lembrou-se dela mesma, as lembranças muito vagas dela mesma em frente a um espelho enferrujado que havia no corredor do orfanato. Claro que as roupas das meninas, o penteado e o aspecto bem tratado era bem diferente do dela quando tinham a mesma idade,; no entanto, Karen viu a si mesma na imagem das meninas. Mafalda continuou virando as páginas do álbum:

-Estes eram meus pais.

-Uau! Seu pai era bonitão... sua mãe também. E parecem muito jovens!

-E eram. Minha mãe tinha apenas 15 anos quando nascemos, e meu pai, 16. 

-Nossa... mas eram novinhos mesmo!

-Crescemos juntos; ou melhor: acho que eu e Bella crescemos, eles nunca. Mal paravam em casa, estavam sempre viajando, ou indo a festas, bailes, boates... ficávamos com babás. Quando eles estavam em casa, os momentos eram intensos, pois eram duas crianças para nós brincarmos. Eles brigavam muito também, sabe. Eu me lembro de que eles brigavam até quando nós estávamos todos brincando de casinha. 

Mafalda ia virando as páginas, e Karen ia sabendo um pouco mais sobre a vida dela. As fotos eram todas lindas, em locais maravilhosos. Os dois jovens pais eram apenas duas crianças que tiveram crianças. Mas pelo menos, eram os pais que as meninas tiveram, e ela, que nunca conhecera os seus, sentiu falta deles pela primeira vez na vida. Antes, jamais pensara neles daquela forma. Karen perguntou;

-Como seus pais e sua irmã morreram? 

Ela suspirou, fechando o álbum e deixando-o na gaveta da cômoda novamente.

-Em um sequestro relâmpago. Eu tinha 18 anos.  Naquele dia, eles foram sair juntos, mas eu estava com febre, e fiquei em casa. Os bandidos fizeram com que eles retirassem dinheiro de vários bancos, e depois, atiraram neles, deixando-os na calçada, e fugiram com o carro. Nunca foram encontrados, apesar das muitas buscas feitas pela polícia e pelos agentes contratados pelos meus avós. O carro foi achado dois dias depois, mas nem sinal dos bandidos. 

Karen compreendeu o pavor que Mafalda sentia de sair de casa. De alguma forma, sentiu que estava relacionado ao seu medo da violência urbana. 

-Como eram seus pais, quero dizer, eram bons pais?

Mafalda pareceu divertida:

-Não!... eram apenas duas crianças ricas e irresponsáveis brincando de casinha. Foram forçados a se casar assim que descobriram a gravidez de mamãe. Eu era pequena, mas me lembro bem de quando nossos avós vinham aqui, e as brigas e acusações começavam... “Vocês não estudam, deixaram a escola, não trabalham... apenas gastam o nosso dinheiro!”  Eles nem olhavam para nós direito. Só vinham aqui para visitar os próprios filhos. 

Mas eu era absolutamente louca pelos nossos pais. Principalmente pela nossa mãe, que era linda, dava gargalhadas maravilhosas e estava sempre meio-bêbada, ou alegre demais, eu acho. Ela era carinhosa, engraçada, um pouco escandalosa. Todo mundo adorava a minha mãe. Meu pai morria de ciúmes dela. E os dois brigavam muito, mas no fundo, acho que gostavam um do outro. Os dois tinham a mania de sumir no mundo durante meses. Depois, voltavam e levavam a gente para viajar com eles pelo mundo todo nas férias escolares. Eram momentos que eu nunca vou esquecer. Mas eu e Bella sabíamos que éramos as duas pessoas responsáveis e adultas da casa. Nós éramos muito unidas por isso. Para você ter uma ideia, nossos pais nem queriam que nós estudássemos! Diziam que com todo o dinheiro que tínhamos, era uma perda de tempo irrecuperável!

As duas riram. Karen disse:

-Eu adoraria ter uma história para contar também, assim, como a sua, ou diferente, mas uma história que fosse minha, sabe. De verdade. 

-Mas você tem! Veja só, sua vida parece uma novela! Imagine: você nasceu em um orfanato e nunca conheceu seus pais; depois arranjou um emprego, dez anos depois foi demitida, nunca conseguiu fazer amigos, quase foi parar no olho da rua e acabou vindo morar com uma maluca que não sai de casa há dez anos. Uma verdadeira aventura!

Elas riram de novo.

-Nunca tinha pensado por este lado... é, você tem razão: eu tenho uma história sim. Bem sem graça, mas é a minha história. 

-Me diga... você não fez amigos por que?

-Sei lá... acho que as pessoas não gostam muito de mim.

-Mas você é linda, inteligente, interessante! 

-Bem, então as pessoas lindas, inteligentes e interessantes não agradam muito. Mas... e você? Não sente falta de ter amigos?

Ela encolheu os ombros, e deitou-se, os pés para fora da cama.

-Não, na verdade, não. Eu tinha muitos amigos antes, quando não tinha problemas. Assim que minha família foi enterrada e eu não consegui mais sair de casa, eles foram sumindo um a um. Tinham acabado as festas loucas dos meus pais. Sobrou apenas uma menina assustada e deprimida, e isso não era nada divertido. 

Karen concordou com um aceno de cabeça. 

-E namorados?

-Tive uns namorados online, imagine... quero dizer, depois que eu me tranquei. Alguns duraram meses. Mas aí, eles vinham com a proposta do primeiro encontro. Eu tinha que explicar que não saía de casa, e convidava eles para virem aqui. Meu avô quase surtava! Eu precisava lembra-lo de que a casa é minha, e ele então ficava quieto, talvez com medo de eu pedir para a Edith sair, ou contar tudo à vovó. Alguns desses caras concordavam em me conhecer, e vinham até aqui, mas depois de alguns dias e algumas noites sozinhos aqui comigo, eles enjoavam e voltavam para o mundo lá fora. 

-Você não tinha medo de convidar estranhos, depois de tudo o que aconteceu com sua família?

-Os sites onde eu arranjava namorados eram seguros. Os perfis eram investigados, checados. E antes a gente conversava muito pelas redes sociais. Posso ter me arriscado, mas acho que quando eles chegavam aqui e viam as câmeras, se intimidavam. Alguns deles nem tocavam a campainha... eu ficava daqui de dentro, olhando para eles, parados lá na calçada. Mas foram poucos os que entraram aqui. 

-E você não namora mais?

-Não. Cansei deles também. E você? Tem namorado?

-Namorados? Não... mas tive alguns ficantes. Poucos também, nunca nada sério. É como eu disse: as meninas inteligentes e interessantes não agradam muito. 

-Engraçado... você me faz falar. Eu não fui de falar de mim para as outras meninas antes de você. eu geralmente as mandava embora quando faziam perguntas.

-Desculpe... eu nunca fiz tantas perguntas a alguém. E também nunca falei tanto de mim mesma. Se quiser, não pergunto mais. 

-Não, está tudo bem, eu gosto de falar com você. Eu me sinto estranhamente mais calma... não sei explicar. 

(continua...)




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