segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

A RUA DOS AUSENTES - PARTE 3

 




PARTE 3 - EDUÍNA

 

Há muitos quilômetros dali, mais precisamente, a quase mil quilômetros, Eduína preparava-se para dormir, após um dia de trabalho no shopping center, onde era gerente de uma loja de roupas. Devemos saber que ela era uma moça de cabelos pretos, lisos e escorridos, alta e magra, que chamava a atenção pela beleza de seus olhos verde escuros e seu ar de mistério. Não tinha muitos amigos. Na verdade, não tinha amigo nenhum, apenas os colegas de trabalho com quem se relacionava somente no horário de expediente. Jamais conhecera seus pais, tendo sido adotada e criada por um casal de meia idade que falecera em um acidente de carro quando ela completou dezoito anos. Deles, ela herdou uma pequena casa em um bairro de classe média, algumas dívidas e uma solidão imensa.

Apesar de ser muito bonita, aos quase vinte e dois anos de idade Eduína nunca tivera um namorado, pois os rapazes a evitavam por motivos que nem mesmo eles conheciam. Ela era tratada com respeito e distância desde os tempos da escola. Ninguém a convidava para as festinhas de aniversário ou bailes de debutantes, e ela não se sentia ofendida. No fundo, Eduína sabia que seu destino não estava ali, entre aquelas pessoas comuns e superficiais, e eles intuíam a mesma coisa sobre ela. Alguns comentavam que não se sentiam à vontade perto dela. Uma de suas colegas de classe, durante uma conversa dissera: “Não sei o que é. Não é que ela seja estranha, ou antipática. Só não me sinto à vontade. Tenho a impressão de que ela lê a gente por dentro...”

Após a morte dos pais adotivos, alguns a visitaram levando tortas, bolos e pratos salgados, mas permaneceram por poucos minutos, tal o desconforto que sentiam sob seu olhar penetrante. E eles tinham razão de se sentirem desconfortáveis, pois a moça era capaz de captar os verdadeiros sentimentos das pessoas: medo, curiosidade, pena, indiferença. Quase não havia traços de empatia sincera por ela ou pela sua recente orfandade. A maioria deles estavam ali por obrigação social ou curiosidade.

Eduína continuou sua vida após os três dias de luto concedidos a ela por lei. Na verdade, não sentia um grande amor pelos pais adotivos, apenas gratidão por a terem criado, afeto e uma certa distância. Tratava-os com respeito, partilhando com eles coisas corriqueiras sobre a escola e o que havia aprendido. Comemoravam seu aniversários sempre a três, com um bolo que era confeitado por sua mãe, um refrigerante que o pai levava para casa e um pequeno presente, que era geralmente um livro, alguma peça de roupa ou material escolar. Entre os três parecia haver um acordo silencioso de não se amarem, mas de se tratarem com muito respeito e afeto calculado. Eduína nada sabia sobre seu passado, e nunca se importara em perguntar onde tinha sido adotada, por quê, ou quem eram seus verdadeiros pais. Ela vivia a vida sem se preocupar.

Gostava de caminhar pelo parque da pequena cidade onde viviam e observar os pássaros, esquilos e insetos. Não tinha nenhuma curiosidade sobre seu passado ou sobre seu futuro. Porque ela sabia, instintivamente, que seu destino, embora ela nada conhecesse sobre ele,  já tinha sido traçado, e que bastava esperar por direcionamento.

Após a morte dos pais ela continuou fazendo o que sempre fazia: ia ao trabalho, cumpria suas funções com esmero e dedicação e ao final de cada dia, após passar no mercado, jantava, assistia a algum filme ou lia um dos seus livros e ia dormir. Nos finais de semana, limpava a casa.

Eduína não frequentara a faculdade, pois os pais adotivos não tinham recursos financeiros, e ela, nenhum interesse em aprender mais do que já sabia. E o que ela sabia era alguma coisa que crescia dentro dela a cada dia, aumentando gradativamente a cada aniversário, algo que ela aprendia através do seu instinto. Era sofisticada, discreta, altiva. Interessava-se em ler sobre assuntos que os jovens da sua idade nem cogitavam: espiritualidade, a cura através das plantas, os chakras, aromaterapia, cromoterapia, cristais e seus usos. Também sentia uma grande conexão com os animais. Eles pareciam entendê-la e se aproximarem dela. Alimentava todos os animais de rua que encontrava, mas não os levava para casa, pois entendia que eles tinham amor pela sua liberdade e não gostariam de serem resgatados para viverem trancafiados em abrigos ou quintais mínimos, sujeitos às neuroses de seus tutores ou protetores. Cães e gatos de rua gostavam de serem alimentados, tratados e deixados em paz para viverem suas vidas em liberdade, como sempre haviam sido acostumados. Mas ela tinha grande pena dos animais que haviam sido criados em casas e abandonados por seus donos após algum tempo, pois sentia na pele a solidão e o medo deles. E ela tinha conseguido resgatar alguns e encaminhá-los a novos tutores, apesar da desaprovação dos pais adotivos.

Assim vivia Eduína. É claro que uma moça tão bonita, um dia tivera um namorado.

Cláudio a conheceu no shopping center. Entrara na loja onde ela trabalhava para comprar um presente para sua namorada pelo seu aniversário. Mas ao colocar os olhos em Eduína, ele não conseguiu se concentrar mais no que estava fazendo ali, e convidou-a para tomar um café com ele. Surpresa, Eduína aceitou o convite, mais por curiosidade do que por sentir-se atraída pelo rapaz alto e de pele moreno-escura. Ela nem reparou muito nos músculos acentuados sob a camiseta ou os cabelos crespos cortados rentes ao couro cabeludo, formando uma linha precisa em volta do rosto de queixo quadrado. E ela nunca perguntou sobre sua namorada, nunca quis saber se ele a tinha deixado por ela, apesar de ele tê-la informado sobre aquilo. Os dois começaram a sair juntos na noite seguinte, indo ao cinema e depois, jantar. Eles falaram sobre coisas corriqueiras – o trabalho, as mudanças climáticas, música.

Durante a maior parte do tempo em que estiveram sentados à mesa do restaurante, Eduína sentiu-se fascinada pelas mãos dele, as unhas claras e lisas com meias-luas brancas sobre a pele escura, os dedos longos. Ela sempre se sentia atraída pelas mãos das pessoas, e podia intuir coisas sobre elas observando-as. E ela intuiu que Cláudio era um rapaz sonhador, vaidoso, e ao mesmo tempo que passava a imagem de alguém arrojado, era na verdade bastante tímido e inseguro.

Após o jantar ele a levou em casa, e quando o carro parou diante do portão, ela perguntou se ele gostaria de entrar, o que ele aceitou imediatamente.

Dentro da casa, ela preparou um café forte e serviu-o na sala de estar. Ela mesma não gostava muito de café, e tomou apenas um copo de água. Cláudio olhou em volta e reparou na simplicidade da casa quase nua de adornos, e também na limpeza e organização. Perguntou:

-Você mora aqui sozinha?

Ela pareceu sair de um transe, demorando um pouco para responder, um tom de casualidade na voz:

-Ah, sim. Meus pais morreram há dois anos. Acidente de carro. Desde então vivo sozinha.

Ele achou estranha a frieza dela:

-Nossa, eu... sinto muito!

Ela sorriu:

-Obrigada. O café está bom? Não estou muito acostumada a fazer café, sabe. Não gosto de café. Prefiro um suco de frutas, ou água, ou chá.

Cláudio achou estranha  maneira como ela mudara de assunto, mas não fez comentários e achou melhor não insistir. Tentou soar casual como ela:

-Está muito bom, Eduína, obrigada.

Um silêncio tenso desceu sobre eles, que olharam em volta, para as paredes brancas, as cortinas brancas, a mesa de centro de madeira vazia de adornos, a não ser por um pequeno vaso de flores artificiais que pertencera à mãe. Finalmente, os olhares de ambos foram parar sobre o piso de tábuas corridas imaculadamente encerado e desprovido de tapetes. Cláudio pousou a xícara sobre a mesa:

-Bem, está ficando tarde. E nós trabalhamos amanhã, certo?

Ela se levantou rapidamente, quase em um salto:

-Não vá ainda!

Ele ficou parado no meio da sala, e Eduína caminhou até ele devagar, os olhos verdes sem deixar os olhos dele, quase hipnotizando-o, sentindo o forte desejo que emanava dele e que ele nem tentava disfarçar. Ele apenas sussurrou:

-Você sabe que eu tenho uma garota.

Ela não respondeu, e desajeitadamente, beijou-o na boca. Logo, o beijo desajeitado tornou-se uma fogueira onde os dois se consumiram pelo resto da noite. E ela queria sempre mais, deixando-o totalmente esgotado na manhã seguinte, e ele percebeu que ela era virgem, o que o deixou ainda mais excitado.

Quando o dia clareou, Cláudio sentia-se ao mesmo tempo feliz e estranho. Não sabia explicar a si mesmo as suas sensações, a não ser que terminaria com sua namorada naquele mesmo dia, pois achava ter encontrado o amor da sua vida. Era como se Eduína tivesse feito com que cada dia de sua existência finalmente fizesse sentido.

E eles namoraram durante seis meses, encontrando-se diariamente. Não falavam muito quando estavam juntos, a não ser o essencial, e ele logo se acostumou com a maneira de ser da moça. Eduína era quieta, e diferentemente de sua ex-namorada, não demonstrava ciúmes e não gostava de sair com seu  grupo de amigos, que aos poucos, foram se afastando, embora ela jamais tivesse exigido aquilo dele. Eles diziam que não se sentiam à vontade perto dela. Cláudio foi aconselhado por eles a não se envolver tão rapidamente, mas ele estava completamente apaixonado. Nem percebia que seu sentimento não era compartilhado por Eduína, achando que suas maneiras frias e seu jeito calado eram apenas a personalidade dela.

O sexo era sensacional; algo que ele jamais pensara em experimentar antes. Eduína era sexy, naturalmente sexy. E quando estavam juntos, ela se entregava totalmente a ele, que pensava estar dominando a situação, mas na verdade, sem que ele percebesse, ficava totalmente à mercê dos desejos dela.

Iam ao cinema, pois lá, podiam ficar algumas horas sem falar (pensamento de Eduína). Gostavam também de passear pelo parque, e Cláudio sempre se espantava com a facilidade com que os animais se aproximavam dela, comendo da sua mão. Durante a semana, eles trabalhavam. Cláudio era engenheiro civil, e trabalhava em uma construtora local. Assim, a vida deles ia acontecendo sem sobressaltos, e Cláudio cada vez mais se sentia envolvido por ela, como se Eduína estivesse destinada a ele desde sempre. E ele fazia muitos planos; alguns compartilhava com ela, que o escutava calada, sorrindo às vezes, mas delicadamente mudando de assunto.

Até que em uma noite de sábado, após uma sessão de cinema, enquanto comiam pipoca e caminhavam juntos na calçada em direção ao carro, ela disse:

-Cláudio, acho melhor nos separarmos.

Ele estancou o passo, e ela continuou caminhando um pouco, até que parou e olhou para trás:

-Você me leva em casa?

Atônito, Cláudio balbuciou:

-O que você... Eduína, você quer terminar comigo? É isso, ou é brincadeira? É brincadeira, não é?

Ela arregalou os olhos:

-Não. Eu não brincaria com uma coisa dessas, Cláudio. É que já estamos juntos há seis meses, e eu não quero me casar agora.

Ele riu:

-Mas... eu também não quero!

-Então, para quê continuar? Eu não quero me casar, e nem você. Por que continuar?

-Ora, Eduína... é claro que eu contei a você sobre meus planos de nos casarmos, mas não é para agora...

- Disse bem: seus planos. Alguma vez você se perguntou se os meus planos eram os mesmos que os seus? Por que continuar, Cláudio?

Ele tentava esconder seu desespero, torcendo os dedos dentro dos bolsos do casaco.

-Porque eu... eu amo você, estou apaixonado! E você também. Não é? O que isso tem a ver com casamento?

-Olha, eu sou sempre muito objetiva, sabe.  Gosto muito de você, Cláudio, mas não me vejo casada com você, tendo filhos, acordando juntos todos os dias... eu preciso ser sincera. O sexo é excelente, mas sexo não é tudo. Existem mais coisas que são importantes para ficar com alguém. A gente se diverte juntos, é verdade, e gosto da sua companhia, mas não sinto que fomos feitos um para o outro, sabe.

Aquelas palavras atingiram-no como um soco. Ele percebeu que nunca a vira tão eloquente. E ela estava sendo eloquente justamente no momento em que estava causando a ele uma grande dor. Era impressão ou ela sentia um pequeno prazer ao destruir seus sonhos? Não; não poderia ser verdade, ela o estava testando. Cláudio sorriu, mais uma vez tentando esconder o nervosismo:

-Ah, já percebi! Na verdade, você acha que eu não estou levando a gente a sério. Mas eu estou, e quero provar para você. Vamos noivar!

Ela riu alto:

-O que é isso, você ficou louco? Eu estou terminando com você, Cláudio, será que não fui clara?

Ele pareceu confuso. Lágrimas chegaram à tona dos seus olhos, e ele engoliu em seco, pois chorar na frente dela seria humilhação demais. Mas logo após aquele pensamento, ele se viu de joelhos diante de Eduína, que olhava para os lados, vendo as pessoas que passavam pela calçada e os observavam.

-Case-se comigo, Eduína! Por favor!

Ela ergueu as mãos para cima, num gesto de impaciência:

-Cláudio, pare de fazer papel ridículo! As pessoas estão olhando!

Ele olhou em volta e se pôs de pé. Olhou para ela, impotente, sentindo-se cada vez mais triste. Eduína sacudiu a cabeça, respirando fundo, e segurando as mãos dele, tentou chamá-lo à razão:

-Cláudio, por que tornar a vida tão complicada? Nós tivemos momentos bons, nos divertimos, construímos uma grande amizade. Mas eu tenho que dizer a verdade, e ela é: eu não quero me casar com você! Então não vejo motivos para continuarmos juntos.

-Você tem outra pessoa, não é? É isso, você conheceu alguém!

Ele puxou as mãos, cruzando os braços e tentando conter o choro. Ela respondeu, a voz quase implorando por compreensão:

-Não, eu não tenho ninguém, e nem quero ter. Eu... estou pensando em... mudar a minha vida, sei lá... minha rotina está chata, sem sentido. Eu quero descobrir coisas. É como se algo me puxasse para um determinado destino que eu ainda não sei qual é, mas a única coisa que eu sei, é que você não vai caber nele. Não tem como encaixar você ou qualquer outra pessoa.

E naquela noite, Eduína deixou de encontrar-se com Cláudio. O rapaz ficou arrasado, mas decidiu que seria melhor aceitar e seguir com sua vida, pois quando um não quer, dois não brigam. Foi uma separação inconformada e dolorida da parte dele, e libertadora da parte dela.

Na cama, enquanto os primeiros clarões da manhã de domingo penetravam pelas frestas das persianas, Eduína sentiu-se mal. Foi algo repentino, um forte enjôo, e ela quase não teve tempo de chegar ao banheiro para vomitar. E ela vomitou durante vários minutos, colocando para fora litros de um líquido amarelo escuro que ela não sabia de onde vinha. As sensações foram horríveis, de dor no peito e esgotamento, mas ao mesmo tempo, ela sabia que estava sendo limpa. E não era apenas o seu corpo que estava sendo limpo, mas toda a sua energia, sua alma. De manhã, ligou para a loja e disse que não trabalharia, pois estava doente. As pessoas estranharam, pois em quatro anos de trabalho, aquela era a primeira vez que Eduína faltava. Ela agradeceu pela preocupação, disse que já se sentia melhor, embora esgotada, mas que não se sentia bem o suficiente para trabalhar, e que compensaria trocando sua folga de segunda-feira com outra pessoa.

Naquele dia, ela tomou muito chá. Fez uma dieta liquida que limpou-a por dentro, e ficou na cama, dormindo por horas.

Na segunda-feira de manhã acordou sentindo-se melhor, mas a caminho do trabalho, teve que sair do ônibus às pressas para vomitar na calçada. Foi ajudada por uma mulher de meia-idade, que conduziu-a a um posto de saúde e ficou com ela até que fosse atendida.

Pediram-lhe vários exames. Deram-lhe alguns antieméticos na veia e mandaram-na para casa com um atestado médico para três dias.

Mas ela não melhorou. Vomitava absolutamente toda a água, suco ou sopa que colocasse no estômago. Acabou tendo que voltar ao posto médico, onde foi internada. Uma enfermeira que cuidava dela, perguntou:

-Quer que eu chame alguém da família?

E ela se deu conta de que não tinha ninguém. Mas aquilo não causou nenhuma dor, apenas uma compreensão conformada de que sua vida seguiria por um caminho solitário.

Os exames não mostraram nada de errado com a saúde de Eduína. Como ela estivesse se sentindo melhor e os vômitos tivessem passado, deram-lhe altas e ela foi para casa. Na manhã seguinte, ao chegar ao trabalho, disseram-lhe que estava sendo demitida.

Eduína assinou os papéis da demissão sem questionar ou tentar se defender, sabendo que estava assinando permissão para uma nova fase de sua vida que começaria em breve. Despediu-se brevemente dos colegas e saiu da loja sem olhar para trás. Ao invés de se sentir insegura a respeito do futuro, antes de ir para casa ela caminhou até uma imobiliária e pediu que fizessem uma avaliação de seu imóvel, colocando-o à venda. Os pais o tinham doado para ela em vida dias antes do acidente, portanto, não haveria nenhum problema em vendê-lo.

Ela ainda se lembrava da noite, após o jantar, em que eles tinham comunicado o fato a ela. Sua mãe e pai adotivos a chamaram para uma conversa, e sentaram-se à mesa da cozinha. Os dois se entreolharam, e o pai disse:

-Eduína, queremos que saiba que fizemos uma doação em vida a você da casa e de tudo o que há nela. Temos também um pequeno terreno fora da cidade que não vale muito, mas é seu. Ainda não acabamos de pagar o carro, mas ele está no seguro, e caso alguma coisa aconteça, você terá direito a uma indenização. Fora isso, tenho algumas dívidas no banco... mas eles não podem tomar a casa de você.

Eduína indagou:

-Mas por que fizeram isso?

A mãe, torcendo as mãos nervosamente, respondeu:

-Filha, a gente nunca sabe o dia de amanhã.

Mas o olhar trocado entre a mãe e o pai deu a ela a certeza de que sim, eles sabiam exatamente o que o dia de amanhã lhes traria. Ela ficou preocupada com eles, mas uma voz interior lhe disse que não se preocupasse, pois tudo seria como deveria ser.


(CONTINUA...)






 

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