terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O ÚLTIMO FINAL DE SEMANA - PARTE VI






O Último Final de Semana – parte VI

Na cidade para onde mudou-se e matriculou-se na faculdade de Direito, Rodrigo logo fez amigos. Apesar de ter uma fortuna, criou para si uma falsa vida de lutas e dificuldades, pois percebeu que daquela forma, as pessoas se identificavam melhor com ele e as garotas o apreciavam mais pela sua garra e força de vontade; também conseguia fazer com que as pessoas, querendo ajuda-lo, pagassem por coisas para ele. Seu dinheiro crescia na conta bancária, em vários investimentos que fizera. Rodrigo poderia ser considerado rico, embora ninguém soubesse de sua fortuna, que ele fazia questão de manter em segredo. Levava os amigos para a casa de praia, como se ela já fosse sua. Sabia que não corria riscos de encontrar 

Valéria ou Cleide por lá. Às vezes, encontrava alguns vizinhos, que o cumprimentavam, e até concordava em participar de algumas das suas festas (todos pensavam que ele era um bom menino, pois Cleide e Valéria mantiveram toda a história em segredo) mas aquelas pessoas não eram sem fazer qualquer reparo ou reforma. Dizia a todos que era tudo o que seus pais tinham deixado para ele. Os finais de semana eram sempre muito divertidos, regados a muita bebida, muita música e dança, e até mesmo algumas drogas que alguns amigos usavam. Mas Rodrigo não gostava de drogas. 

Nunca mais recebera notícias de Cleide ou de Valéria. Quando pensava nelas, lembrava-se com saudades dos tempos das festas na praia, das pessoas ricas e de humor sarcástico que conhecera, mas acima de tudo, lembrava-se de Valéria com saudades. Perguntava-se se não seria ela a mulher de sua vida, pois sempre que pensava nela, seu coração aquecia-se de uma maneira estranha, e alguma coisa boa parecia surgir de dentro de sua alma conturbada. Fazer sexo com outras mulheres era algo que fazia por raiva, desprezo ou dinheiro. Mas com Valéria, todas as vezes tinham sido especiais. Ela era a sua fadinha ruiva, a que ele acomodava entre seus braços e deixava-se desarmar quando ela estava por perto. Com ela, ele não precisava fingir. Ela trazia à tona o que de bom restava nele. Não vê-la mais fazia seu coração pesar, e ele lamentava que seus planos não tivessem dado certo. Realmente desejara casar-se com Valéria. O fato de ter depredado a fortuna dela e arruinado a saúde de sua mãe, não passavam pela cabeça de Rodrigo. Ele simplesmente achava que fizera o que fora preciso, o que deveria fazer, o que lhe tinham ensinado. E depois, mesmo que tudo ficasse sendo dele, se Valéria fosse a sua esposa, tudo seria dela também.

Mas teve que deixa-la. Lamentava, mas a vida continuava. E ele só andava para frente. Era seu lema: “Para frente, sempre.” Passando por cima de quem fosse preciso para alcançar o que ele queria. As pessoas não eram dignas de amor; eram apenas um recurso a ser usado para que ele tivesse o melhor da vida. Para frente, sempre...

Dois anos depois de sua partida, e após os acontecimentos já relatados aqui, Rodrigo recebeu a notícia da morte de Cleide. Nada sentiu. Tudo continuou como antes em sua vida. Mesmo quando seus amigos descobriram que a vida dele era uma mentira, ele se manteve de cabeça erguida, e  assim que a sua situação entre eles tornou-se insustentável, foi procurar novas vítimas. Foi quando conheceu Ronaldo. 

Assim Rodrigo vivia: como um predador voraz, um gafanhoto que, por onde passava, deixava um rastro de destruição nas vidas que tocava. E ele mesmo nem tinha real consciência disso. Até que um dia, sentiu-se mal. E estava sozinho. Não deu importância, achando que tinha sido algo que comera. Mas o mal estar voltou, e da última vez, tão forte que ele desmaiou. Quando acordou, sentia-se horrível. Pensou em ligar para Ronaldo, mas depois pensou melhor e decidiu ir sozinho para o hospital, onde submeteu-se a vários exames. Lá, as enfermeiras ficaram todas muito maternais quando souberam que ele era um órfão. Pobre menino, tão jovem e lindo, tão sozinho, sem família, longe de casa, e com uma doença tão séria! Elas todas faziam questão de passar pelo quarto dele para dar-lhe algum conforto.

Após os exames, Dr. George, um oncologista, foi categórico:

“Rodrigo, você tem algum parente?”

Ele pensou um pouco, antes de responder, a fim de dar mais dramaticidade à cena:

“Não... meus pais morreram em um acidente quando eu tinha treze anos, e fui adotado por uma prima de minha mãe, que morreu quando eu estava na faculdade... sou uma pessoa completamente só no mundo.”

O médico sentiu-se penalizado:

“Tem algum amigo com quem possa contar?”

“Não... todos os meus amigos moram bem longe daqui. Mas por favor, doutor, o que eu tenho?”

O médico respirou fundo, sentando-se ao lado da cama de Rodrigo:

“Os exames mostram um câncer avançado no aparelho digestivo. Infelizmente, o diagnóstico não é promissor.”

Rodrigo sentiu o coração bater na garganta. Logo agora, que ele tinha tudo o que era preciso para começar, realmente, a viver? Logo aos 29 anos de idade, com toda a vida pela frente? Aquilo não poderia estar acontecendo com ele. Mas estava! Ele chorou, o que causou grande comoção no médico. Dr. George era muito profissional, e jamais se envolvia emocionalmente com seus pacientes, pois achava que desta forma poderia ajuda-los com mais eficiência, mas aquele jovem partiu seu coração. Colocou a mão no ombro dele, desajeitadamente:

“Sinto muito, meu jovem.”

Rodrigo enxugou as lágrimas: ele tinha dinheiro, muito dinheiro! Olhou para o médico:

“Mas existem tratamentos, não é? E eu... eu posso pagar! Sou herdeiro de uma grande fortuna, e posso pagar!”

“Sim, existem tratamentos paliativos que darão uma boa qualidade de vida a você. Não sentirá dores, levará uma vida praticamente normal se tomar os medicamentos.” 

“E então, não é tão sério assim, não é doutor?”

O médico respondeu, após engolir em seco:

“Infelizmente, é muito sério. Aconselho que você procure passar todo o tempo possível junto das pessoas que ama.”

Rodrigo pensou, e descobriu que estas pessoas não existiam.

“Mas... como assim? Por que?”

Doutor George completou sua frase:”

“Porque você não tem muito tempo, Rodrigo.”

Aquelas palavras desceram pela garganta de Rodrigo como se fossem pedras. Ele ouviu a própria voz perguntar ao médico quanto tempo ainda tinha, e ouvir a resposta quase em transe: “Alguns meses. Talvez três ou quatro. Quem sabe, um pouco menos.”

Ao sair do hospital, numa manhã gelada de sábado, Rodrigo andou pela cidade como um autômato. As pessoas passavam por ele, e ele entendia que nenhuma delas sabia do seu drama, e se soubessem, não se importariam. A vida continuava como se nada tivesse acontecido. Pela primeira vez, ele lembrou-se de Cleide e pensou no que ela deveria ter sentido durante a sua doença. Mas foi apenas uma curiosidade, e não uma crise de consciência. Foi caminhando sem destino, até que saiu da cidade e começou a caminhar por um bairro arborizado e bonito. O céu de chumbo e a manhã gelada davam-lhe mais vigor. Estava tomando remédios, e sentia-se bem. Quem sabe, o médico não poderia estar enganado?... Não; ele mesmo vira os resultados dos exames. Eram terríveis. Mas naquela manhã cinzenta, ele se sentia tão bem que poderia fingir que tinha saúde. A não ser por um leve cansaço, Rodrigo parecia tão saudável quanto qualquer uma das pessoas que passavam por ele. Mas de repente ele começou a imaginar quais delas tinham a mesma doença e não demonstravam. Algumas, quem sabe, estavam doentes e não sabiam ainda. “A vida é engraçada,” pensou. E riu. Riu de si mesmo e da peça que a vida lhe pregara. Pensou na vida após a morte; será que ela existia? Se existisse, corria o risco de reencontrar seus pais. Bem, ele não queria rever sua mãe, e esperava que ela estivesse queimando no fogo do inferno; mas seu pai até que fora um cara legal. Mas nunca o amou, nem sentiu-se amado por ele, pois quando ele tentou contar ao pai sobre o que a mãe o obrigava a fazer, ele mandou que se calasse e nunca mais dissesse aquelas coisas. Por isso, Rodrigo tinha cortado os freios do carro. Ora, quem poderia condená-lo quando estava apenas tentando salvar a própria pele? 

Será que havia mesmo um julgamento? Um Deus? E se ele fosse para o inferno, como sua mãe? Riu daquela ideia... na verdade, não acreditava em nada daquilo. Achava que assim que fechasse os olhos, deixaria de existir. Seria nada. E não haveria ninguém para lembrar-se dele. Não deixaria nenhum afeto nessa vida. E que diferença fazia, deixar ou não? Todos morriam. E se não havia mais nada, que diferença faria? 

Tivera bons momentos. Soube desfrutar. Algumas vezes, quando estivera com Valéria, fora até feliz! Sentira-se limpo. E sabia que, se houvesse um Deus, Ele não o odiava, ou não lhe deixaria ter momentos como aqueles. 
Quando deu por si, Rodrigo estava parado à porta de uma pequena igreja. A luz da manhã, atravessando o cinza-chumbo das nuvens, incidia sobre o sino no campanário, e este emitiu um brilho cor de bronze que atraiu os olhos de Rodrigo. 

Pássaros cantavam em uma árvore próxima, e contrariando a si mesmo e às suas crenças, Rodrigo decidiu entrar na igrejinha. 
Parou a porta e viu que ela estava vazia, embora o som de um órgão sendo tocado por alguém que ele não conseguia enxergar tornava o cenário ainda mais bonito. Rodrigo sentiu uma paz que jamais sentira. Entrou, e seus passos ecoaram no chão de ardósia. Sentou-se bem na frente, olhando o altar. A luz solar partia em cores os vitrais que ficavam por trás do altar, salpicando o chão de luzes coloridas. Rodrigo achou aquilo bonito. De repente, o órgão silenciou, e Rodrigo olhou para trás. Percebeu que a pessoa que estivera tocando era um padre, que se aproximava dele. Rodrigo deu-lhe bom dia automaticamente, e o velho padre cumprimentou-o com um sorriso, parando junto a ele:

“Olá, bom dia, meu jovem. Espero que minhas notas não tenham atrapalhado a sua concentração.”

Rodrigo negou com a cabeça:

“Eu já estava de saída...”

Tentou levantar-se, mas sentiu-se mal, e sentou-se novamente. O padre tocou-o no ombro:

“Você está bem? Já tomou café? Bem, eu estou indo tomar o meu café da manhã. Sabe, eu sempre rezo a missa das sete em jejum, mas já são quase nove horas agora e eu estou morrendo de fome. Me acompanha?”

Rodrigo mostrou-se confuso. Olhou para o velho padre e pensou que ele também estava morrendo, mas não era de fome... e que o homem que falava com ele parecia ser muito, muito velho. Mesmo assim, Rodrigo morreria antes dele. O padre insistiu:

“Vamos, me acompanhe, a sacristia é logo ali. E Dona Chica trouxe um delicioso bolo de fubá. Você vai gostar.”

Rodrigo resolveu esconder-se novamente por trás de sua capa de sarcasmo:

“Padre, eu não sou quem o senhor pensa.”

“Mas eu nem pensei nada!”

Rodrigo ignorou a brincadeira:

“Eu sou o Anticristo. E estou fazendo meu caminho de volta ao inferno.”

O velho padre não pareceu impressionar-se:

“E eu sou o Padre Antônio. E estou fazendo o meu caminho até a sacristia para tomar meu café da manhã. Me acompanha?”

Diante daquilo, Rodrigo cedeu. Achou o padre bem humorado, e ficou curioso a respeito dele. Ambos comeram praticamente em silêncio, e Rodrigo sentiu que o velho o observava cuidadosamente por trás da xícara de café e dos pedaços de bolo. Rodrigo comeu até fartar-se, servindo-se do bolo, dos brioches e das frutas. 

Quando agradeceu, já erguendo-se para sair, o padre indagou:

“O que você estava fazendo aqui, jovem? Com certeza, não é um frequentador da igreja.”

Rodrigo riu:

“Não, não sou. Como eu já disse, meu templo é outro. O senhor não gostaria de conhece-lo.”

O padre fez sinal para que Rodrigo voltasse a sentar-se:

“Gostaria sim! Por que não me leva lá? Já te mostrei a minha casa, agora mostre-me a sua, ou seja, a casa onde você está morando atualmente por livre e espontânea vontade, e da qual poderá sair quando quiser.”

Rodrigo olhou-o com curiosidade, franzindo as sobrancelhas e colocando o guardanapo sobre a mesa.

“O senhor é mesmo uma figura curiosa... não tem medo do diabo?”

O velhinho apertou os olhos:

“Ele é quem deveria ter medo de mim.”

Aquilo arrancou gargalhadas de Rodrigo. Mas o velho padre, servindo-se de mais café e recostando-se confortavelmente em sua cadeira, como quem se apronta para ouvir uma longa história,  continuou:

“Vamos lá, meu jovem, conte-me porque entrou aqui hoje. Estou curioso.”

E Rodrigo viu-se contando a ele toda a história de sua vida, sem poupar nenhum detalhe sórdido. O velhinho às vezes o interrompia para fazer perguntas – que faziam com que Rodrigo refletisse muito sobre tudo o que vivera – mas jamais o censurava ou demonstrava estar chocado com o que ele dizia. Muitas vezes, ele apenas pigarreava e assentia com a cabeça, como se estivesse compreendendo as razões de Rodrigo, embora não concordasse com elas. A manhã avançou rapidamente, transformando-se em uma tarde chuvosa. Quando Rodrigo finalmente terminou a sua história, olhou no relógio: quase duas da tarde! E ele estivera ali, falando e falando com um perfeito estranho durante todo aquele tempo!

Padre Antônio bocejou, e levantou-se da cadeira fazendo movimentos de quem está se alongando, e depois começou a tirar a mesa. Quando terminou, abriu a geladeira e pegando um pote, derramou seu conteúdo em uma grande panela que pôs sobre o fogo. Partiu fatias grossas de pão caseiro enquanto o perfume delicioso da sopa impregnava tudo, e após aquecê-las um pouco em forno elétrico, colocou-as sobre a mesa em um prato. Depois, serviu a sopa. Rodrigo nunca tinha provado nada tão delicioso, e comeu mais de uma vez, acompanhado pelo padre. Depois, pediu para usar o banheiro, e quando voltou à cozinha da sacristia, encontrou o padre tomando uma taça de vinho tinto e fumando um cigarro. Achou aquilo estranho, mas nada disse e aceitou o vinho que o padre ofereceu-lhe, recusando o cigarro. Padre Antônio deu algumas baforadas, e depois perguntou:

“Se você tivesse a chance de ter a sua saúde de volta, o que faria?”

Rodrigo não compreendeu o teor da pergunta, e franziu as sobrancelhas: “Como assim?”

“O que você faria, o que faria de diferente, Rodrigo? Pediria desculpas a alguém?”

Aquela pergunta pegou-o de surpresa; ele percebeu que nunca na vida tinha pronunciado palavras de desculpas sinceras a ninguém! Simplesmente, a culpa era algo que não existia na sua natureza, e ele disse aquilo ao padre. O velho homem não pareceu surpreso.

“E eu não o condeno por isso. Ninguém deveria expressar aquilo que não sente. Não é sua culpa se nasceu desse jeito, mas é necessário que você comece a caminhar em uma direção melhor, e passe a sentir melhor as coisas e as consequências de suas ações. Vai ser bom para você.”

“Não entendi...”

O Padre continuou:

“Rodrigo, você sofre de um distúrbio de caráter. Pode ser que tudo o que aconteceu na sua infância tenha contribuído para que isso viesse à tona, mas acredito que já tenha nascido assim. Porém, é possível adiantar esse processo... você tem que procurar todas as pessoas que feriu e pedir desculpas a elas, se possível, devolvendo-lhes tudo o que delas roubou.”

Rodrigo pensou antes de responder:

“Então o senhor crê que eu seja um psicopata ou algo assim?”

O padre não se fez de rogado, respondendo com firmeza:

“Sim. Mas quem sabe, agora que você está morrendo, não seja uma boa ideia preparar a sua próxima vida? A melhor forma de fazer isso, seria tentando reparar um pouco os seus erros, mesmo que você não os veja como tal. Seu coração está fechado. Veio lacrado de fábrica, mas com uma forcinha, quem sabe, antes de ir você não abre uma brechinha? percebi que você não teve muitos motivos para confiar nas pessoas quando criança, pois foi abusado por sua própria mãe, e quando pediu ajuda ao seu pai, ele ignorou-o... o que nos acontece na infância pode definir o nosso modo de encarar e entender as coisas da vida quando crescemos. acho que você ainda pode ter uma chance de melhorar.”

Rodrigo achou aquele padre um pouco maluco, mas alguma coisa dentro dele fez com que confiasse naquelas palavras. Ele realmente não conseguia sentir-se culpado, e disse aquilo ao padre.

“Eu simplesmente não sinto as coisas que as outras pessoas sentem. Não sou como elas. Não sei o que são coisas como piedade, amor, decoro, não entendo conceitos como honestidade, fidelidade ou lealdade. Para mim, a vida é um jogo, e para vencer, preciso aprender a jogar bem.”

“Mas para você, o jogo está acabando, Rodrigo. Por que não devolver as peças aos seus verdadeiros donos? Acredite em mim, vai ser muito bom para você; melhor ainda do que se você fosse como as outras pessoas, e sentisse arrependimento pelas coisas que fez, pois mesmo sem sentir-se arrependido, ou sem sentir tristeza ou culpa, você conscientemente estaria fazendo o que é certo. 
Muitos que dizem sentir todas essas coisas que você não sente, não fariam isso.”

Rodrigo gostou daquilo. O padre olhou para ele e fez uma última pergunta que finalmente, convenceu-o de que ele estava certo:

“Não existe, entre as pessoas que conheceu, pelo menos uma que foi importante para você, de quem realmente gostou? Alguém que fez com que você se mostrasse sem máscara pelo menos durante algum tempo?”

Valéria. Rodrigo assentiu com a cabeça, enquanto pensava nela. 

“Então, meu jovem, você tem salvação. A semente do amor foi plantada. Basta regá-la um pouco e ela crescerá, se não neste jardim, em um próximo!”

Dizendo aquilo, Padre Antônio levantou-se da cadeira e dirigiu-se à igreja. 

Rodrigo pensou por alguns segundos nas palavras dele, e uma grande paz deixou-o sereno, certo de que faria o que o padre aconselhara. Saiu da sacristia, pronto a dizer a ele o que faria, mas não o encontrou. Chamou-o várias vezes, sem obter resposta. Olhou em volta: estava sozinho. A chuva passara e a tarde avançava. Quem sabe, o padre tinha saído? Uma mulher entrou na igreja, e Rodrigo, após cumprimenta-la, perguntou:

“A senhora passou pelo Padre Antônio?”

A mulher olhou-o com curiosidade:

“Que padre Antônio?”

Ele descreveu o homem com quem estivera o dia todo, mas a mulher apenas negou conhece-lo, dizendo que o padre responsável por aquela paróquia chamava-se Bento.

Rodrigo ficou confuso, mas saindo da igreja, tomou um táxi para casa e naquela mesma noite começou a escrever e enviar seus e-mails. 



Um comentário:

  1. Nossa adoro todas as suas histórias, mas essa do Rodrigo está me contagiando mas ainda, pois também já tive um pouco na pele dele, aos 13an tbm fui violentado pela minha tia e me transformou em alguém com personalidade forte. Mas não sou tão sem coração igual ele rss Só gosto de mulheres mas experiente agora :D espero a continuação.

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