quinta-feira, 2 de maio de 2013

FLORES SECAS - PARTE I





FLORES SECAS – UM ROMANCE


Parte I

A luz mortiça da manhã cinzenta invade a casa através das janelas sem cortinas, iluminando o piso de tábuas corridas sem brilho e sem tapetes. As paredes brancas estão um pouco amareladas, e não há quadros. No meio da enorme sala, apenas um sofá de couro marrom, e do outro lado, duas poltronas , formando um conjunto. O sofá e as poltronas, que ficariam bem melhor em um escritório (afinal de contas, eles costumavam ficar no escritório da casa)- de boa qualidade, apesar de antigos- são separados por uma mesinha de madeira com tampo de vidro, nua, sem nenhum adorno. 
Do outro lado da sala, em um cômodo menor,uma feia estante guarda o que sobrou da antes sortida biblioteca da casa:apenas alguns livros empoeirados, que nunca mais ninguém leu. Ao lado da janela , a lareira, que nunca é usada, nem mesmo nas noites mais frias, pois ninguém frequenta aquela sala. Ela não passa de um corredor, uma passagem para os outros cômodos.
A cozinha é equipada apenas com o necessário. Não há nenhum aconchego, como é normal nas cozinhas de outras casas. As panelas sobre o fogão são limpas e areadas, a mesa pesada de madeira negra cercada por quatro cadeiras de espaldar quadrado e sem adornos, é limpa, o piso de ladrilhos hidráulicos já gastos é limpo e todos os utensílios de cozinha estão pendurados na parede atrás do fogão antigo – mas limpo. Em uma prateleira lateral descansam algumas panelas, pratos e copos. Uma porta conduz à área de serviço e às dependências de empregados- três quartinhos menores, cada qual com seu banheiro próprio. No quintal dos fundos, onde a grama teima em aparecer escassamente entre as rachaduras do chão de terra batida, o varal de roupas.
Nenhuma flor no peitoril da janela, nenhuma toalha colorida sobre a mesa, nenhum rádio que traga um pouco de música àquela casa enquanto a cozinheira trabalha..
Subindo a ainda bela e imponente escadaria em espiral, de degraus de madeira largos ,que outrora adornada por um belo carpete vermelho-aveludado dera um ar majestoso à sala de estar, encontra-se um corredor um pouco longo demais, que conduz a seis portas – três em cada lateral – e um lindo vitral colorido no final deste, a única coisa colorida que resta dentro daquela casa, onde um anjo sentado em uma pedra, no meio de um lindo jardim, descansa a cabeça sobre uma das mãos – cotovelo apoiado em um joelho- como se pensasse. Parece ter perdido a fé. Esse anjo nem sequer percebe o colorido das flores que descansam a seus pés – pequenos miosótis, dentes-de-leão, amores-perfeitos e violetas.
A primeira porta à direita é onde fica o quarto do menino. Há apenas um armário, que contém algumas poucas peças de roupa e dois cobertores, e uma cama de solteiro. A cortina marrom, desbotada pelo sol, escurece o ambiente. Não há nenhuma mesa de cabeceira, luminária, ou flâmulas e posteres na parede. Num dos cantos, está a mochila que o menino usa para ir à escola e também seu brinquedo , um carrinho vermelho que sempre estivera com ele, desde que ele se lembra.. Não sabe quem o deu . 
Uma porta lateral dentro do quarto conduz a um pequeno banheiro de azulejos azul-claros.
A segunda porta do corredor, à direita, é um quarto de despejo, que está sempre trancado, e onde ninguém jamais entra. Este quarto nunca é arejado ou limpo.
A primeira porta à esquerda é o quarto do pai. Igualmente não-decorado, embora amplo. A sacada dá para a frente do “jardim” - um espaçoso quintal de terra meio tomado pelo mato, onde algumas pobres roseiras e margaridas teimam em crescer em meio a ervas daninhas. A bela fonte, que fica bem no meio do jardim, mostra uma dama segurando uma ânfora de onde deveria jorrar água.




A segunda porta à esquerda é o escritório , onde fica o aparelho de telefone da casa , que raramente toca, e uma escrivaninha empoeirada onde estão alguns papéis amarelados e um porta-retratos vazio.
As outras duas portas são quartos vazios.Num deles, bem no centro, uma poltrona desbotada que ficava sempre voltada para a janela, de costas para a porta de entrada.
O menino tem medo de entrar naquele quarto , pois tem a impressão de que alguém ou alguma coisa está sempre naquela poltrona, olhando pela janela, e que a qualquer momento ele verá o perfil de um rosto que se virará para ele aos poucos, revelando uma horrível face cadavérica. 
O pai passa muitas horas fechado em seu escritório. No meio da noite, às vezes o menino acorda e escuta os passos do pai sobre o piso de madeira nu; então ele levanta-se da cama, vai até o corredor e vê a luz sob a fresta da porta do escritório. Sua entrada é proibida naquele cômodo. Assim como a um dos quartos não usados. 
A chave do escritório fica sempre no bolso do paletó do pai, de onde uma vez, o menino a tinha tirado enquanto este estava pendurado nas costas de uma cadeira. Sorrateiramente, o menino tinha entrado no escritório enquanto o pai tomava banho. Andou até a janela, olhou em volta por alguns instantes. Como não visse nada de atraente, voltou a trancar a porta e devolver a chave ao bolso do pai. Aquela fora a única vez que ele entrara sozinho no escritório.
Mas há um grande mistério quanto ao segundo quarto vazio, que está permanentemente trancado.
Pelo lado de fora, a veneziana empenada não fecha direito, e pela greta, ele vê um pedaço de cortina desbotada. Acha estranho, pois é o único cômodo cuja cortina não é da mesma cor marrom sujo-desbotada, mas parece feita de um tecido fino e esvoaçante, do qual ainda sobrou uma tonalidade azul. E apesar de já ter procurado várias vezes nos bolsos do pai e gavetas da casa, ele jamais encontrou uma chave que abrisse aquela porta. Se ela existe, deve estar em algum lugar bem escondido. E ninguém jamais entra naquele cômodo, nem mesmo Guiomar, a empregada da casa. Às vezes, na calada da noite, o menino tem a impressão de ouvir passos leves, muito leves, sobre o piso de madeira do quarto. Parece-lhe que estes passos são seguidos pelo farfalhar quase imperceptível de um tecido- talvez um longo vestido?- mas logo em seguida, faz-se silêncio.
Ele já leu algumas estórias de assombração nos livros da biblioteca da escola. Sabe ser possível que em casas velhas e grandes como a dele, vivam fantasmas. Mas nunca tinha visto um. E se houvesse um fantasma em sua casa, ele-ou ela- estaria para sempre trancado naquele quarto, onde não poderia fazer mal ou assustar ninguém.
Esta é a casa que fica no final da Rua Amália, antes considerada um dos bairros nobres da cidade, hoje com seus casarões um pouco decadentes, alguns até abandonados, outros em mau estado de conservação. Esta é a Rua Amália, onde, no início dos anos 50, havia grandes festas regadas à champanhe; a mesma rua Amália por onde circularam reluzentes carrões rabo-de-peixe, as damas gargalhando languidamente no assento do carona, com seus lenços esvoaçantes e seus óculos estilo gatinha e batons bem vermelhos, sendo levadas por seus ricos maridos que estavam ao volante.
Mas talvez devido ao grande massacre que se deu na noite de 23 de dezembro de 55, os imóveis começaram a ser desvalorizados aos poucos. Ninguém queria morar próximo à área da grande tragédia. Pouco a pouco, os casarões foram sendo vendidos a preços bem inferiores ao que realmente valeriam – não fosse pela tragédia- outros apenas trancados para sempre, por falta de compradores. 
 Importante observar que o Grande Massacre de 55 se dera exatamente na casa cuja descrição acabou de ser feita. Da família que consistia na jovem e linda mãe, Margarida, sua filha de 6 anos de idade, Lucinda, sua sogra Lenita e seu sogro Antônio, Amaro, seu marido e Diogo, o filho de apenas 4 meses, apenas os dois últimos escaparam, pois estavam ausentes no momento do massacre; o pai resolvera levar o bebê para um passeio no parque, empurrando, orgulhoso, o carrinho pela calçada.




Os motivos? Alguns dizem ter sido um crime passional, envolvendo a bela Margarida e seu ex-amante. Mas como sempre, Amaro, o marido, só ficou sabendo de tudo o que todos já sabiam há algum tempo, após o assassinato de quase toda a sua família.O assassino, após liquidar a todos que estavam na casa, cometeu suicídio. Foi então que seus amigos lhe contaram que durante os últimos meses, Margarida tinha sido vista várias vezes na companhia do assassino, em restaurantes obscuros em cidades vizinhas.
Então, Amaro lembrou-se das vezes em que atendera o telefone e apenas ouvira do outro lado uma respiração nervosa e finalmente, o “click” do aparelho sendo desligado. E das vezes em que sua mulher falava em ríspidos sussurros, desligando nervosamente ao vê-lo. Sempre dizia que deveria ser algum tarado que a estava perturbando com trotes.
Na época da tragédia, Amaro era um jovem advogado de trinta e cinco anos, alto, imponente e seguro de si. Admirado por todos, costumava sempre sair nas colunas sociais dos jornais da cidade, acompanhado de sua esposa, em festas e eventos de caridade. Amava perdidamente sua bela Margarida, e em sua homenagem, mandara fazer um canteiro apenas com estas flores na entrada da casa, junto ao portão. 
Gostava de ficar olhando Margarida dormir. Passeava os olhos pelos cabelos louros e ondulados, que caíam maciamente por sobre a fronha . Escutava sua respiração tranquila e admirava os longos cílios que descansavam em seus olhos cerrados, que quando abertos, reluziam em um lindo azul-claro. A boca perfeita, de dentes branquíssimos,que quando desperta, estava sempre tingida de vermelho, como era a moda.
 Margarida arrancava suspiros e virava cabeças por onde quer que passasse. E seu orgulhoso marido levava-a pelo braço, cabeça erguida, cumprimentando a todos com sorrisos e acenos joviais.
Eram o casal perfeito: lindos, jovens e bem-sucedidos. A pequena Lucinda era uma miniatura da mãe, e o pai a amava quase com a mesma paixão. 
Margarida tinha um temperamento alegre, e ao contrário do que geralmente acontece, adorava seus sogros, com quem se dava muito bem, partilhando com eles a educação da filha, a decoração da casa, as decisões domésticas e tudo o que dizia respeito à família. Muitas vezes, saía com a sogra para fazer compras, e as duas voltavam para casa no final da tarde, eufóricas e cansadas, seguidas pelo motorista que mal enxergava atrás das bolsas e pacotes que as duas tinham comprado. 
A casa fervilhava de vida o tempo todo. 
Havia flores frescas em cada canto, que Margarida fazia questão de manter; o jardim era um dos mais lindos da região, e já tinha sido capa da revista Casa e Jardinagem mais de uma vez.




A fonte, que tinha sido trazida de Paris por Amaro, estava sempre jorrando alegremente. Onde quer que se olhasse, só se via vida e beleza. Os empregados da casa trabalhavam com muita alegria, pois eram respeitados e bem pagos. 
Após o jantar, a família ficava reunida, conversando alegremente no sofá da sala, e Antônio, o sogro, punha um de seus velhos discos , e num instante, todos estavam dançando e rodopiando pela sala. 
Gostavam também de viajar juntos no verão. Iam para a casa de praia, onde geralmente ficavam durante um mês ou dois. Algumas vezes durante a semana, Amaro e o pai voltavam para tomar conta dos negócios, mas retornavam à casa de praia em um ou dois dias. Sempre nos finais de semana, eles convidavam vários amigos para a casa de praia, e davam grandes festas. 
Tais festas eram o assunto das colunas sociais no dia seguinte.
Mas no meio de tanto glamour e beleza, havia uma feia cicatriz.Muita maquiagem era aplicada sobre ela, com tanto cuidado e esmero, que nem mesmo sob a luz dos mais brilhantes holofotes ela era percebida. Tratava-se do passado de Margarida. 
Ao conhecer Amaro e seus pais, ela compreendeu imediatamente que sua triste história não caberia no contexto daquela família, e que para o bem de todos – principalmente, o seu – alguns fatos deveriam ser devidamente mascarados. Ela contou-lhe sobre a morte dos pais em um acidente automobilístico, mas não contou toda a verdade: por exemplo, que Fernando, seu irmão de criação, suspeito de ter sabotado o carro em que seus pais viajavam a fim de ficar com a herança, estava desaparecido há anos, sendo procurado pela polícia. Assim, toda a herança ficara para ela.
Esta era a sua realidade.
Margarida resolveu que deveria simplesmente esconder de todos que este seu irmão existia, dizendo a todos que era filha única. Mudou-se de sua cidade para o outro lado do país, onde poderia recomeçar sua vida sem ser perturbada pelas lembranças do passado. 
Comprou um pequeno apartamento e logo conseguiu um emprego de secretária no escritório de advocacia de Amaro, onde se conheceram e se apaixonaram um pelo outro quase que imediatamente. A herança, que fizera dela uma mulher rica, e que ela considerava dinheiro maldito, permanecia em uma conta bancária secreta até que ela decidisse o que fazer dela – talvez deixar para os filhos. Amaro não sabia da existência daquele dinheiro. Margarida achava melhor assim, pois quanto menos explicações tivesse que dar sobre seu passado, melhor seria. Também mentira para Amaro ao dizer que viera de família humilde, e que tinha aprendido Inglês e Francês, e seu excelente traquejo social viajando algum tempo pelo mundo com uma rica família que a empregara de babá. Esta era a estória que ela tornara pública.




Casaram-se um anos após se conhecerem, com a inteira aprovação dos pais de Amaro. Tinha sido amor à primeira vista também entre eles e a bela e alegre Margarida. O casal passou dois meses viajando pelo mundo em lua-de-mel. Tudo estava absolutamente perfeito.Após dois anos, tiveram sua primeira filha, Lucinda, e seis anos depois, nascia Diogo. Nove anos de intensa felicidade. Nove anos de uma vida perfeita, digna de qualquer capa de revista.
Mas somente Margarida sabia que muitas vezes, à noite recebia em seus sonhos a visita de Fernando a procura de sua parte na fortuna. Acordava apavorada, muitas vezes aos gritos, mas era sempre consolada pela presença reconfortante do marido.
Mas no final da segunda gravidez, algo aconteceu para empanar o brilho de sua felicidade.
Ela estava saindo de uma consulta médica de rotina. O dia estava lindo – céu totalmente azul e sem nuvens, brisa suave soprando – e iria encontrar Amaro no escritório a fim de almoçarem. Seu carro estava estacionado do outro lado da rua e ela estava parada no meio-fio esperando o sinal verde para atravessar. Foi quando ela o viu – parado junto ao seu carro, olhando-a fixamente. Ela não o reconheceu logo, pois estava diferente: mais magro, usando óculos escuros e bigode, cabelos mais escuros (tinha-os tingido). Mas quando ele sorriu, ela percebeu os sulcos profundos à volta dos lábios, que praticamente puxavam-nos para baixo numa expressão de escárnio. Era ele: Fernando.
De repente, tudo escureceu, e ela caiu. Por sorte, foi amparada por um pedestre antes da queda. Foi levada para o hospital e teve um parto prematuro.
Durante algumas semanas, seu bebê – Diogo - teve de permanecer no hospital até ganhar peso. Mas, fora este fato, tudo correu bem. 
Por um mês ela não teve mais notícias de Fernando. Acabou dizendo para si mesma que tudo não passara de uma alucinação devido ao calor daquela tarde. Suas vidas voltaram ao normal e Diogo crescia saudável, paparicado pela irmãzinha mais nova e por todos os outros membros da família (principalmente pelo pai).
Mas um dia o telefone tocou no meio da noite. Amaro estava viajando e todos dormiam em seus quartos, mas Margarida passeava com o bebê pela sala semi-escurecida, tentando aliviar uma cólica que o despertara. Ela atendeu após o primeiro toque, pois não queria que os outros acordassem.
Era Fernando. Obrigou-a a marcar um encontro com ele no dia seguinte.
A partir daí encontraram-se várias vezes, e ela lhe dava dinheiro para que ele não desmascarasse seu passado. Ele ameaçava contar tudo , pelo menos era assim que ela via aquelas longas e desconexas conversas que ele a obrigava a ter com ele, apesar de ele nunca ter , realmente, proferido qualquer ameaça contra ela. Jamais tocavam no assunto da morte dos pais.




Ela tinha muito medo dele, e parecia que ele também tinha muito medo dela, mas como era foragido da polícia, não podia procurar trabalho e levava uma vida muito difícil. O dinheiro que ela lhe dava – que não era pouco – era de grande ajuda para ele. Fernando , ela concluiu, devia estar usando uma identidade falsa. Numa das vezes em que fora encontrar-se com ele no hotel onde vivia, numa cidade próxima, ouviu o porteiro chamá-lo de sr. João. Mas ela não o questionou sobre isso.
Encontravam-se pelo menos duas vezes por mês. Ficavam juntos durante uma hora , às vezes um pouco mais. Ela só pensava em ir embora assim que chegava, e não conseguia entender porquê ele a obrigava àqueles encontros, se seria muito mais fácil simplesmente enviar-lhe o dinheiro. Mas só saía quando ele lhe dizia que ela podia ir embora. Levantava-se da poltrona onde tinha permanecido sentada o tempo todo, torcendo as mãos, agarrava sua bolsa e saía pela porta sem olhar para trás. Ela quase não falava com ele, mas ele insistia em ficar relembrando fatos da infância deles, viagens que tinham feito com os pais, a escola onde estudaram. Mas nunca nenhum dos dois tocava no assunto da morte dos pais. 
Margarida sentia-se muito nervosa perto de Fernando. Mas não conseguia faltar a nenhum encontro. Era como uma mórbida necessidade. Durante os encontros ela raramente olhava para ele, mas ele não tirava os olhos dela nem por um instante, o que a deixava ainda mais nervosa, acompanhando cada movimento de suas mãos, inclinar de cabeça, expressão, surpreendendo cada olhar furtivo que ela lhe enviava, mas sem nunca conseguir prendê-los por mais do que alguns segundos. 
Mas, estranhamente, a partir do momento que Margarida saía pela porta afora, durante o caminho de volta até sua casa, ela ia aos poucos se acalmando, as batidas de seu coração voltando ao normal, e assim que cruzava o portão de sua casa estava sentindo-se leve, refeita, fresca. No decorrer do dia, a imagem de Fernando ia tornando-se cada vez mais difusa até que ele desaparecia completamente de sua mente. Mas, conforme ia se aproximando o dia de seu próximo encontro, ela começava a demonstrar um certo nervosismo, que culminava no dia do encontro.
Às vezes ele a encontrava em algum restaurante retirado, onde se sentavam à mesa mais escondida , e almoçavam. Ela comia quase que vorazmente, mantendo a boca sempre cheia, para que não precisasse falar com ele. Enquanto isso, ele apenas a observava.
       

                           

3 comentários:

  1. Mais uma das composições de alma de Ana Bailunne. Não há como não reler, reviver esse texto minuciosamente. Obrigado, Ana.

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  2. Ana, por distração, li a outra postagem antes dessa. Se não o tivesse feito, perceberia que seu romance ainda vai passar por outros caminhos. É triste ela ter morrido, mas vejo que não traía o marido. Muito bom! Bjs.

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  3. Ops, também só li a primeira parte depois.
    Mas não tirou o brilho da narrativa.

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