sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Era Uma Vez um Jardim






Era Uma Vez Um Jardim


Era uma vez um jardim, que ficava em volta de uma casinha branca. Tudo era muito simples, mas também muito alegre. Bichos passeavam por ali: cães, gatos, pássaros, joaninhas, esquilos, patos, marrecos, sapos... todos convivendo em harmonia.






Era um jardim, e como em todo jardim bem-cuidado, existiam também muitas flores. Todas muito lindas e especiais. Existia também um jardineiro muito bom que cuidava de tudo: das flores e dos bichos. Ele conversava com as flores, e elas sorriam, como só as flores sabem sorrir, quando ele chegava. O jardineiro não tinha medo de sujar as mãos na terra, e mesmo em dias de chuva, ele estava sempre lá, a cuidar, limpar e cultivar. Todos eram felizes! 




Ele também era amigo de todos os animais que viviam por ali, e os alimentava e cuidava deles.







Mas um dia, o jardineiro foi chamado a cuidar de outras flores, em um lugar muito distante, chamado Jardim do Paraíso. Nunca mais ele poderia voltar. Assim, um outro jardineiro foi cuidar do nosso pequeno jardim. Mas ele não tinha a habilidade de conversar com as flores, que aos poucos, foram murchando pela indiferença. Ele aguava todas as plantas, capinava o mato, adubava... mas parecia que ele não tinha aquele 'dedo verde' característico dos bons jardineiros. Reclamava muito por ter que acordar cedo todos os dias para fazer o seu trabalho, e no final da tarde, estava sempre mau-humorado, pois achava que merecia estar fazendo algum outro trabalho mais importante.

Assim, as plantas iam se recolhendo em si mesmas, murchando, secando... e os animais, aos poucos, também se afastaram.



Um dia, ele chegou no jardim e percebeu que seu trabalho tinha sido inútil. Ficou muito triste, pois ele não sabia porque as coisas não davam certo para ele! Era dedicado, jamais faltava um dia de trabalho, fazia tudo tão direitinho... mas nada do que ele plantava, ou cuidava, florescia! 

Muito triste, ele sentou-se entre as plantas murchas de seu jardim e começou a chorar. Disse: "Não sei mais o que fazer! Nada dá certo para mim... gostaria que as plantas vivessem, dessem flores... gostaria que os animais voltassem e ficassem meus amigos, como eram amigos do antigo jardineiro que se foi. " E continuou sua conversa por muitas horas. Nem percebeu, através de suas lágrimas, que aos poucos, as plantas se reerguiam, e as flores voltavam a se abrir para escutar a sua história. Os animais tinham feito um círculo em volta dele, para escutá-lo melhor.



Quando ele finalmente enxugou as lágrimas e olhou ao redor, ficou muito surpreso, pois o jardim voltara a ser bonito como antigamente, e os animais brincavam felizes entre as muitas flores coloridas!




Foi assim que o jardineiro compreendeu que se quisermos ser felizes na vida, precisamos colocar os nossos corações em tudo o que fizermos. Nosso trabalho deve ser sempre feito com amor e carinho, e não apenas com dedicação. Também aprendeu que a natureza é muito generosa, mas só para aqueles que a amam e cuidam bem dela. Caso contrário, ela murcha e desaparece. O jardineiro também compreendeu que, quando reclamamos da vida o tempo todo, as coisas boas não acontecem. A vida vai ficando cada vez mais cinzenta, e tudo o que é bom se afasta de nós. Precisamos ser gratos à vida e a tudo o que ela nos dá.




Deste modo, quando formos chamados a cuidar dos Jardins do Paraíso, deixaremos aqui na Terra um lindo jardim bem-cuidado, para que as outras pessoas possam admirar e desfrutar...



5 comentários:

  1. Lindo Ana, lindíssimo, a beleza do jardim está muitas vezes inserida em nossa boa vontade.

    Belíssima tua criação, tua parábola.

    Muitos abraços e ótimo domingo.

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  2. Ana, excelente o seu conto, ele é singelo e ao mesmo tempo profundo. Sua sensibilidade nesta criação nos leva a viajar no fantástico mundo dos sonhos, e nos leva a acordar para uma realidade, ou seja, cuidarmos e amarmos nosso jardim da existência. Parabéns!!!

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  3. Ana, que coisa mais linda miga!

    Na verdade vc escreveu uma fábula porque tem mensagens de vida e de respeito ao ser humano e natureza com aprendizado, inclusive. E também por ter a tal MORAL da história, que eu considero estar no último parágrafo!

    Blog fantasia e mágico, bem daqueles que eu curto!
    Mas é, vicia mesmo essa "coisa" de criar blogs! hehehe
    Adorei miga
    abraços da Lu

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  4. Quando não sentimos amor pelo que fazemos, quando não nos entregamos, podemos até conseguir resultados, mas não serão especiais, como gostaríamos. Seu conto é uma lição linda. Bjs.

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  5. Não conhecia esse seu novo sítio, Ana. Vi em um link via facebook, e....caramba, que lindíssimo! Abri com chave de ouro com esse belo conto. Gostei, muito da "moral", mas mais em especial da despretensiosa forma como ele se apresenta, de maneira que cativa os mais variados tipos de leitores. Parabéns pelo espaço e pelo texto maravilhoso em si. Abraço, Lia!

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